Dream Theater
Dream Theater – A Dramatic Turn of Events (2011)
Há uma aproximação maior com o rock progressivo em A Dramatic Turn of Events, ao contrário do que ocorreu nos últimos álbuns do Dream Theater. Produzido pelo guitarrista John Petrucci, o disco é longo, com quatro de suas nove faixas durando mais de dez minutos.
Algumas características são bem marcantes. Em primeiro lugar, nunca houve tanta melodia em um trabalho do grupo como aqui. Há uma presença maior do teclado de Jordan Rudess, que emerge como a principal força criativa do grupo, ao lado de Petrucci. E, fechando, um surpreendente e até então inédito clima épico surge em algumas composições, levando a música do grupo para terrenos inesperados.
Mas o ponto que todos querem saber é como Mike Mangini se integrou ao grupo, certo? A resposta é simples e direta: da melhor forma possível. Dono de uma técnica absurda, o novo baterista parece fazer parte da banda há tempos, não deixando a falta de Mike Portnoy emergir. Se havia alguma dúvida sobre a capacidade de Mangini em substituir o antigo dono da banda, ela se desfaz ao final da audição. A Dramatic Turn of Events é um álbum feito sob medida para aqueles fãs que curtem as composições mais intrincadas da carreira do Dream Theater. O que se ouve é uma espécie de mistura do que a banda fez em Awake e Scenes from a Memory, dois dos pontos mais altos de sua discografia. O maior destaque é a sensacional “Breaking All Illusions”, com status de novo clássico. “Build Me Up, Break Me Down”, com seu início com elementos eletrônicos e uma clara influência do Muse, também chama a atenção.
A saída de Portnoy mexeu positivamente com o Dream Theater, tirando a banda de sua zona de conforto e levando os músicos a se desafiarem mutuamente. O resultado? Um som renovado e refrescante como há tempos a banda não produzia.
Ricardo Seelig
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