Ainda sobre a cobertura… ou: introduções a granel
Ainda sobre a cobertura… ou: introduções a granel
Devo dizer, de forma a complementar o texto passado, que não estava aqui no início da Mostra, e por isso perdi Quando eu Era Vivo, de Marco Dutra. Verei com calma quando voltar a São Paulo. Estreia em circuito em 31 de janeiro. Do mesmo modo, deixei para ver A Vizinhança do Tigre em uma outra ocasião, quando estiver mais descansado. Vi uma versão não terminada do filme no comitê de seleção de Brasília e me pareceu um trabalho forte, que carecia apenas de um ritmo melhor, o que acredito ter sido corrigido com a montagem menor exibida aqui e da qual vi uns vinte minutos, confirmando a força que havia percebido em julho passado.
O grande desafio aqui é escrever sob um calor insuportável. Não tem ar condicionado na sala de imprensa, nem na pousada, nem em nenhum lugar onde eu possa escrever à vontade. Na pousada, aliás, tem internet apenas na portaria, o que para um calorento como eu é um sofrimento. O resultado é que esta cobertura será irregular, com poucos textos. Sinceramente, o cérebro não funciona direito enquanto passo calor. Algumas ideias estão sendo buriladas para o texto final, a ser publicado durante a primeira quinzena de fevereiro.
No mais, e reiterando o conteúdo do primeiro texto, festivais implicam em muitos encontros interessantes. E as inúmeras conversas estimulantes fazem com que os filmes, na maioria das vezes, sejam anticlimáticos. Esse é outro obstáculo a se considerar. Por isso não verei todas as sessões que gostaria, nem escreverei sobre tudo que vir, nem mesmo me obrigarei a ficar até o fim de um filme específico. O corpo manda. E a mente também. Se é chegada a hora de descansar os olhos das projeções digitais, assim o farei. Claro que estou falando de mim, de minha forma de me afetar pelas coisas, pelos encontros, pelo calor. Mas já disse que só acredito em coberturas de festivais que adotem a primeira pessoa, que impliquem em uma revelação de quem escreve.
Sobre cada filme em especial não vou falar ainda. Pelo menos não neste texto. Posso dizer que não gostei de nenhum curta visto até agora, o que configura uma espécie de recorde, algo inédito desde que acompanho festivais. Muitos tem coisas interessantes, certa força observada em alguns planos, mas não confirmada no conjunto geral.
E entre os longas devo ressaltar Paixão e Virtude, de Ricardo Miranda, como o único que me entusiasmou entre os vistos pela primeira vez aqui. Sobre esse filme escreverei mais. Talvez em um dos próximos diários, ou no balanço pós-mostra.
Sérgio Alpendre
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