Nazareth
Nazareth – Big Dogz (2011)
Nazareth nunca foi uma banda do primeiro time do hard rock. Pra ser sincero, nem do segundo. A banda liderada pelo vocalista Dan McCafferty, há mais de quarenta anos na estrada, faz parte daquele tipo de artista que vence pela insistência. Desde que o mundo é mundo eles estão ali, perto de você, gravando discos e lançando músicas que, mesmo não tendo um impacto muito grande em sua vida, fazem barulho suficiente para você saber que ambos existem. Do hard ao heavy metal, passando pelo pop e até por um equivocado flerte com a sonoridade mais eletrônica durante a década de oitenta, o Nazareth atirou para todos os lados em sua longa história, acertando em pouquíssimos alvos.
Por tudo isso, fui ouvir Big Dogz, novo disco do quarteto, com um pé atrás. Bem, na verdade com os dois pés atrás. Não tinha expectativa alguma em relação ao disco. Não esperava absolutamente nada. E é aí que a porca torce o rabo. O início da faixa de abertura, “Big Dog’s Gonna Howl”, prendeu a minha atenção, e a surpresa só foi acabar ao final da audição. Com uma pegada totalmente influenciada pelo Free, “Big Dog’s Gonna Howl” é um excelente cartão de visitas para um trabalho muito bom. Com um tracklist forte, Big Dogz traz o Nazareth executando um competente e sólido blues rock, onde o peso é um dos elementos principais. O áspero timbre da guitarra de Jimmy Murrison é um prazer inesperado e, ao lado do vocal de McCafferty, embebido em generosas doses de whisky e na linha do seu conterrâneo Bon Scott, é o principal destaque do disco.
Com uma consistência e uma solidez que impressionam, Big Dogz é um grande álbum de rock puro e simples temperado por generosas doses de blues. Seguramente o melhor disco do Nazareth desde meados dos anos 70, com tudo para agradar não apenas os fãs, mas principalmente pessoas como eu, que nunca deram muito bola para o grupo. Duvida? Então ouça!
Ricardo Seelig
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