Sobrenatural: Capítulo 2
Sobrenatural: Capítulo 2 (Insidious: Chapter 2, 2013), de James Wan
A continuação de Sobrenatural (2010) comprova a boa fase de James Wan e também apresenta um problema. Depois de ser aclamado como o principal nome do novo horror, o criador da série Jogos Mortais e responsável por Invocação do Mal (um dos melhores exemplares do gênero neste ano), Wan demonstra um certo cansaço aqui. Isso é atestado pela quantidade menor de sustos elaborados e pelos rumos que o roteiro toma, com toques de humor acentuado e uma trama menos opressora do que nas duas obras anteriores do diretor. Essas escolhas não são necessariamente ruins, e sobram aspectos positivos ao filme.
A promessa recente feita por James Wan, de nunca mais fazer outro horror após Sobrenatural 2 pode se mostrar vazia em um futuro próximo. Até que isso aconteça – se é que vai acontecer – vamos considerar que ele completou um ciclo, que se manteve coerente no papel de um moderno William Castle, realizador que desde cedo imaginava diferentes formas para garantir a presença do público nas salas que exibiam seus filmes de suspense e horror. Mas, se Castle abraçou o gênero depois de ter experimentados faroestes estilo classe B por vários anos, Wan despontou muito jovem com Jogos Mortais (2003).
Co-produzido com Oren Peli, o idealizador da série Atividade Paranormal, não surpreende que Sobrenatural 2 traga diversas piadas que citam as duas franquias. Desta vez, porém, como mencionei antes, o filme ameniza no horror, e busca como referência a segunda parte de Sobrenatural (uma montanha-russa de sustos e ideias), assim como Invocação do Mal se aproximaria da primeira metade (com mais clima e tensão). Assim, neste seu suposto último exemplar do gênero, James Wan teve a década de 1980 (a de sua infância) como base – uma época que soube casar muito bem o humor com o horror.
Leandro Cesar Caraça
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