O Crítico

O Crítico (El Crítico, 2013), de Hernán Guerschuny

Um crítico de cinema – amargurado, sem grana, intelectualóide, como não poderia deixar de ser – tenta escrever um roteiro de longa-metragem, quando passa a desconfiar estar protagonizando, com sua vida, um típico enredo de comédia romântica hollywoodiana, vidraça predileta de seus textos.

A ideia de Hernán Guerschuny não é das mais criativas – lembremos, por exemplo, da ótima série de Wes Craven, Pânico. O problema é que o mesmo pode ser dito a respeito de sua condução, que tira muito daquilo que uma sinopse como esta pedia: leveza.  

Esse requisito não é segredo, e o cineasta sabe disso. Afinal, O Crítico é, obviamente, uma comédia romântica, mas se perde irremediavelmente em seu terceiro ato (e aqui essa manjada designação é adequada, pois tudo foi feito ticando os itens de qualquer manual de roteiro), quando tenta impor um drama talvez pesado demais àquilo que vinha exibindo, tornando um clássico e sólido duas estrelas (leia-se: regular) em uma apagada estrela solitária (leia-se: fraquinho, fraquinho). 

Bruno Cursini