Ano VII

Zombies

segunda-feira nov 28, 2011

Zombies – Breathe Out, Breathe In (2011)

Bento Araújo acertou na mosca quando me mostrou a faixa título deste novo álbum dos Zombies, lançado quarenta e três anos depois do clássico Odessey and Oracle e sete anos depois do simpático As Far As I Can See: “parece Steely Dan”.

Nenhuma comparação poderia ser tão elogiosa diante da sonoridade deste disco propositadamente fora de moda realizado por Rod Argent, Colin Blunstone (zumbis originais), com a ajuda de músicos convidados de estúdio. Como a banda novaiorquina de Donald Fagen e Walter Backer, os Zombies tentam aqui um tipo de som urbano, elegante, levemente jazzístico, muito mais parecido com um Argent (banda posterior de Rod Argent) sem os arroubos progressivos do que com o material de estúdio que lançaram nos anos 1960.

O disco está acima da média do Argent, na verdade, e essa semelhança com Steely Dan não é do tipo que anula maiores pretensões, encalacrando a banda numa espécie de categoria das bandas covers sem o serem, como Black Crowes (que em muitos discos soa parecida demais com The Faces) ou Rapture (idem, com The Cure).

As faixas respiram originalidade. Apesar de permitirem comparações, forjam uma sonoridade própria que as distancia das demais. Partem de Steely Dan, ao invés de chegar ao Steely Dan. Faz toda a diferença.

A voz de Colin Blunstone, infelizmente, não é mais sussurrada como em 1968 ou em algumas gravações que fez com The Alan Parsons Project. Mas combina bem com o estilo que a banda busca aqui.

São várias as faixas de antologia, mas podemos destacar a belíssima balada “Any Other Way”, a balançada “Play it For Real”, a deliciosa “Show Me the Way”, além de “Another Day”, que lembra America, e da bela faixa de encerramento, “Let it Go”.

Sérgio Alpendre

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