Contra o Tempo
Contra o Tempo (Source Time, 2011), de Duncan Jones
Segundo longa-metragem de Duncan Jones (filho de David Bowie), Contra o Tempo parte de uma premissa bastante interessante (e irresistivelmente absurda): Stevens(Jake Gyllenhall) é um capitão que acorda na pele de um professor com apenas 8 minutos de vida sobrando. Neste curto espaço de tempo, ele terá que descobrir quem fora o responsável por um grande atentado terrorista, em um trem nas cercanias de Chicago, vitimando milhares de civis.
O detalhe é que Stevens não sabe estar colaborando com um projeto experimental do governo e, pior, ter sido o escolhido por encontrar-se, ele mesmo, virtualmente morto, após uma batalha no Afeganistão. Aprendendo as regras do jogo aos poucos, o ex-soldado defronta-se ora inserido nos momentos precedentes do desastre, ora tentando arrancar da capitã responsável pela operação (Vera Formiga), mais detalhes de sua improvável situação.
Misto de Matrix e Feitiço do Tempo, Contra o Tempo é um eterno jogo de resgate de último instante, cujo protagonista, repetidas vezes, acabará morrendo. Infelizmente, Jones não consegue aproveitar-se de seu maior trunfo (o disparate jovial da circunstância) e vai desperdiçando sua condução à medida que priva a narrativa de seu caráter mais charmoso, tentando esclarecer e legitimar suas contradições e incongruências.
Bruno Cursini
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