Ano VII

Os Pinguins do Papai

sábado mar 17, 2012

Os Pinguins do Papai (Mr. Popper’s Penguins, 2011), de Mark Waters

Mark Waters já foi um diretor interessante. Realizou quatro bons filmes em seguida, o que é raro dentro do cinema comercial hollywoodiano. Ainda mais raro porque era possível notar uma progressão, já que os dois últimos dessa sequência – E Se Fosse Verdade e As Crônicas de Spiderwick – eram melhores que os dois primeiros – Sexta-Feira Muito Louca e Meninas Malvadas. Depois dessa deliciosa fábula infanto juvenil que é Spiderwick, veio um filme meio torto chamado Minhas Adoráveis Ex-namoradas. Agora, com Os Pinguins do Papai, desce ao ponto mais baixo de sua carreira.

Nem Jim Carrey salva como o pai divorciado que, para manter os filhos por perto, resolve aceitar o presente bizarro que o pai mandou de longe: um grupo de pinguins. Todas as cenas familiares beiram o constrangedor, com a habitual chantagem dos filhos sendo mostrada da maneira mais pueril possível, e a solução final é patética (por destoar gravemente da sequência anterior, em que foi colocada uma disputa entre uma sardinha e o amor de pai adotivo). A fotografia é de Florian Bauhauss, filho do grande e falecido Michael Bauhauss, o que deve ter provocado algumas remexidas no jazigo familiar, pelo péssimo caminho seguido.

Waters, mais uma vítima da uniformização bestial do cinema comercial americano.

Sérgio Alpendre

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