Os Pinguins do Papai
Os Pinguins do Papai (Mr. Popper’s Penguins, 2011), de Mark Waters
Mark Waters já foi um diretor interessante. Realizou quatro bons filmes em seguida, o que é raro dentro do cinema comercial hollywoodiano. Ainda mais raro porque era possível notar uma progressão, já que os dois últimos dessa sequência – E Se Fosse Verdade e As Crônicas de Spiderwick – eram melhores que os dois primeiros – Sexta-Feira Muito Louca e Meninas Malvadas. Depois dessa deliciosa fábula infanto juvenil que é Spiderwick, veio um filme meio torto chamado Minhas Adoráveis Ex-namoradas. Agora, com Os Pinguins do Papai, desce ao ponto mais baixo de sua carreira.
Nem Jim Carrey salva como o pai divorciado que, para manter os filhos por perto, resolve aceitar o presente bizarro que o pai mandou de longe: um grupo de pinguins. Todas as cenas familiares beiram o constrangedor, com a habitual chantagem dos filhos sendo mostrada da maneira mais pueril possível, e a solução final é patética (por destoar gravemente da sequência anterior, em que foi colocada uma disputa entre uma sardinha e o amor de pai adotivo). A fotografia é de Florian Bauhauss, filho do grande e falecido Michael Bauhauss, o que deve ter provocado algumas remexidas no jazigo familiar, pelo péssimo caminho seguido.
Waters, mais uma vítima da uniformização bestial do cinema comercial americano.
Sérgio Alpendre
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