Ano VII

Seu corpo é o que você come; sua mente, o que você assiste

sábado jan 28, 2012

TEXTO: Bruna Pestana Bezerra

 

Assim como temos que cuidar de nossos corpos, com uma alimentação sadia e bons hábitos, para não ficarmos doentes e insatisfeitos, temos que cuidar de nossas mentes.

Foi cientificamente comprovado que tudo aquilo que vemos durante o dia, mesmo que nosso consciente não perceba (as tão famosas mensagens subliminares), é processado por nosso cérebro; e ele, sem a ajuda do consciente, não tem capacidade de filtrar as informações. Daí o cuidado que precisamos ter com aquilo que assistimos e deixamos nossos filhos assistirem, uma vez que, processadas as informações indevidas, as tratamos como naturais.

Tenho percebido, com essa polêmica toda de Big Brother, fofoca de artistas, novelas de televisão, jornais sensacionalistas e filmes de péssima qualidade na TV aberta, que o brasileiro tem deixado um pouco sua mente de lado. E, assim como nosso corpo, ficamos doentes quando não cuidamos do que está dentro da cabeça.

O que não falta é inversão de valores e desvio de foco. Ninguém comenta mais sobre política, as leis do senado, e já pouco importa a cotação do dólar. Já não se fala mais em mitologia, cultura ou filmes que tragam realmente algum conteúdo; todo mundo quer saber “o que está acontecendo na casa”.

Vejo pessoas com medo de sair na rua, acreditando que todo mundo é mau, que somos todos lobos prontos para devorar uns aos outros, por acreditarem nas notícias que são apresentadas e enfatizadas na televisão. É o tão famoso “põe na tela”, que só mostra desgraça e deixa de lado a cultura, ações sociais e tantas outras coisas lindas que o nosso mundo tem todos os dias; afinal, esse tipo de assunto não dá tanta audiência…

Há banalização escrachada do sexo. No meu tempo – que não é há tanto tempo assim –, os filmes privês tinham cenas quentes menos explícitas que as das novelas da Globo ou da Record. E o pior de tudo é que somos nós que alimentamos essa máquina, damos audiência, corroemos nossas mentes e colocamos crianças e adultos na frente desta “tela de destruição cinzenta”.

Está na hora, então, de tratar melhor das nossas mentes. Quando aprendermos a filtrar o conteúdo que chega pelos diferentes meios de comunicação, a mostrar quais são os nossos reais valores, pode ser que tenhamos um mundo mais sadio, feito de mentes mais sadias. Em vez de perder tanto tempo querendo saber da vida dos outros, que tal pensar num jeito de ajudar os outros?

 

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Bruna Pestana Bezerra faz administração, mas escreve e sonha em abraçar o mundo. Voa alto sem tirar os pés do chão, porque tem medo de altura.

Fale com ela (mas fale baixo): bruninha_pb@hotmail.com

 

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- Fluir

- Brasil Pandeiro?

 

 

 

 

 

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