Ano VII

Status Quo

terça-feira nov 29, 2011

Status Quo – Quid Pro Quo (2011)

Nunca ficará bem explicado o porquê de uma banda como o Status Quo gravar a série de porcarias que sucederam (ou começaram com) In the Army Now em 1986. O mais possível é a pressão da gravadora por uma renovação do público, após o auge da fórmula do grupo já ter passado. Comercialmente, a estratégia não deu errado, já que a constante durante as últimas décadas foi o Status Quo ocupando as paradas inglesas álbum após álbum, single após single. E tome malho da crítica. Discos que não mereceriam ter vendido uma cópia sequer bancavam a acomodação de uma banda de rock ‘n’ roll fazendo um pop de terceira. A sorte dos fiéis fãs dessa verdadeira instituição inglesa mudou para muito melhor em 2002, quando Heavy Traffic trouxe o vitorioso boogie, marca registrada desde o início dos anos 70, de volta.

Após o maior intervalo entre dois álbuns nas mais de quatro décadas de discografia, o Quo inicia este novo trabalho com um título que inevitavelmente lembra o disco de seu renascimento como uma banda de rock de verdade: “Two Way Traffic”. O que se sucede é a aplicação dos mesmos clichês que fizeram o melhor período do grupo liderado pelos guitarristas Francis Rossi e Rick Parfitt. E aí tudo funciona tão bem! É verdade: não temos aqui um Blue For You; muito menos um Piledriver ou um Hello!, para nomear alguns discos memoráveis lançados entre 1972 e 1976. Mas temos algo na linha de um Whatever You Want – LP de 1979 em que o Quo provou que “criatividade” poderia descrever suas composições – com uma qualidade de um Back to Back. Neste, de 1983, a perigosa opção pelo pop já se anunciava timidamente, muito bem balanceada com o rock ‘n’ roll. O disco quase só tem destaques positivos, num agradável déjà vu com bons rocks como “Can’t See for Looking”, “Better Than That”, “Moving On” e a bela melodia sessentista de “The Winner”. O destaque negativo fica apenas para a desnecessária regravação da boa “In The Army Now”, com nova letra de gosto extremamente duvidoso, invertendo o ponto de vista original, anti-guerra, para uma manifestação pró-forças armadas. Um ponto final lamentável, mas, no saldo, um disco bem legal!

Ricardo Alpendre

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