Primus
Primus – Green Naugahyte (2011)
A banda do baixista Les Claypool reinou durante os anos 90, desde o estouro com Frizzle Fry (1990), o álbum de estreia em estúdio. Mas após Antipop, de 1999, a banda se dissipou (tirando um EP estranho de 2003), voltando doze anos depois ao LP com este inspirado Green Naugahyde.
Podemos dizer que acontece com o Primus o mesmo que com Frank Zappa. Seus detratores acusam o humor pairando acima de qualquer coisa, como se esse qualquer coisa não fosse sensacional. É, sim. É música de primeira. Tá certo, não dá para comparar Primus com um gênio como Frank Zappa. Mas é certo que o humor vira muleta para se meter o pau na banda, sem que se preste atenção à sonoridade, à riqueza das investidas de baixo e guitarra e à força do ritmo.
Neste retorno, continua sendo forte o prog-funk-reggae de Claypool e companhia (incluindo o guitarrista Larry Lalonde, que nos anos 1980 fazia barulho com o Possessed, banda de death metal). E existem momentos de se tirar o chapéu, destacando “Hennepin Crawler”, “Tragedy’s a Coming”, “Jilly’s on Smack” e “Green Ranger”.
Um senão é que o disco, como todos do Primus, é um tanto repetitivo. Outro, é que o ouvinte precisa estar preparado para entrar no mundo especial da banda (algo que acontece também quando se ouve Zappa). Tais senões são perfeitamente compensados pela excelência dos arranjos. Não é um Pork Soda (o clássico terceiro disco, de 1993), mas chega bem perto.
Sérgio Alpendre
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